Você já ouviu falar em fake news? Trata-se de notícias falsas que sempre circularam pela internet, mas que, ultimamente, têm se mostrado elementos perigosíssimos e que podem impactar diretamente no comportamento do usuário e resultar em ações desastrosas.
Na era da informação, a exigência é que haja conteúdo disponível muito rapidamente e que as pessoas criem opiniões de forma praticamente instantânea sobre qualquer assunto. Com isso, não sobra muito tempo para apurar corretamente todos os fatos e refletir, o que faz com que o risco de se publicar informações erradas seja enorme.
De outro lado, essa mesma urgência em se mostrar a par dos últimos acontecimentos e a possibilidade de se tornar um mensageiro da informação – e não mais apenas um consumidor – também influencia as pessoas a compartilhar notícias que elas nem mesmo sabem se são reais.
O resultado é que mesmo que uma fake news seja desmentida minutos depois de ter sido postada, muitas pessoas já podem ter tomado a publicação como verdade e compartilhado com seus contatos.
No começo do ano, por exemplo, circularam notícias que alegavam que o inverno brasileiro de 2018 seria o mais rigoroso de todos os tempos. Isso foi amplamente compartilhado pelos usuários do Facebook e preocupou muita gente, mas, depois, revelou-se uma notícia falsa.
O grande problema é que tudo se torna ainda mais complicado quando as fake news estão relacionadas a assuntos delicados, como política.
Desde 2016, durante as eleições presidenciais norte-americanas que elegeram Donald Trump, o Facebook tem sido palco de fake news seriíssimas, e há quem afirme que a negligência da rede diante dessas notícias falsas pode ter mudado o rumo das eleições.
Isso porque circularam no Facebook diversas notícias que alegavam que a concorrente de Trump, Hillary Clinton, estaria vendendo armas para terroristas e até que ela mantinha um esquema de pedofilia em uma pizzaria.
Neste último caso, a história foi lida por mais de 20 mil usuários no site Reddit e rendeu ameaças e agressões contra os donos da pizzaria, o que prova como um boato na internet pode prejudicar seriamente a vida offline.
No fim de 2017, o Facebook afirmou que adotaria medidas para diminuir a incidência de fake news e, mais recentemente, incluiu um novo artigo com dicas sobre como parar a propagação dessas notícias falsas.
Atualmente, há dois projetos de leis brasileiras em análise, nas quais se referem a criminalização da propagação de fake news.
O Projeto de Lei 6.812/2017, pretende classificar como crime a ação de quem “divulgar ou compartilhar, por qualquer meio, na rede mundial de computadores, informação falsa ou prejudicialmente incompleta em detrimento de pessoa física ou jurídica”.
Já o Projeto de Lei 473/2017, pretende acrescentar ao Código Penal Brasileiro uma nova modalidade de crime que consiste em “divulgar notícia que sabe ser falsa e que possa distorcer, alterar ou corromper a verdade sobre informações relacionadas à saúde, à segurança pública, à economia nacional, ao processo eleitoral ou que afetem interesse público”.
Sendo assim, para que você não acabe tendo sua opinião impactada por esse tipo de notícia e identifique mais facilmente quando o conteúdo de um post é falso, o ideal é:
Desconfiar de manchetes muito chamativas: o Facebook sinaliza que as notícias falsas, normalmente, são escritas de modo exagerado para chamar a atenção. Um veículo com credibilidade dificilmente vai usar manchetes em caixa alta, com muitos pontos de exclamação e outros recursos que não são típicos do jornalismo.
Analisar a fonte: hoje, qualquer um pode criar um blog e começar a escrever posts, então não é porque algo foi publicado em um site que é verdade. Faça uma rápida análise sobre o veículo que publicou a notícia, confira o nome, veja que tipo de conteúdo pública e analise se tem uma aparência realmente profissional.
Reparar na URL de destino: muitos sites de fake news usam domínios muito parecidos com jornais, portais de notícias e outras páginas conhecidas do grande público. Por isso, é indicado olhar atentamente o endereço e desconfiar se ele parecer simular um outro site.
Há, ainda, diversos sites famosos por criar boatos e brincadeiras de propósito, mas que, para quem não os conhece podem ser encarados como notícias reais. Um dos mais famosos é o Sensacionalista.
Ficar atento aos erros: as notícias falsas geralmente contêm erros ortográficos ou de concordância, e esse é mais um sinal vermelho que pode denunciar que o conteúdo não foi feito por profissionais.
Notar o volume de evidências e especificações: as fake news também costumam dar informações vagas e não apresentam muitas evidências que possam ser investigadas mais a fundo. Um dos recursos mais comuns é utilizar fontes sem especificação, atribuindo as informações a “um estudo de uma universidade na Alemanha” ou “pesquisadores ingleses”, sem realmente dar o nome de um órgão ou instituição verdadeiros.
Checar informações: é sempre importante, também, buscar a informação em outras fontes. Afinal, se for uma notícia realmente relevante, deve ser publicada em canais diferentes.
Você também pode utilizar sites que desmentem mentiras na internet, como o E-farsas e Boatos.org, que costumam publicar esclarecimentos sobre as principais notícias falsas na web.
Pense antes de compartilhar: Se você tiver qualquer tipo de dúvida sobre a veracidade de informações na internet, não compartilhe. Contribuir na disseminação de boatos pode prejudicar a vida de pessoas, empresas e gerar mal-entendidos gravíssimos. Por isso, é importante pensar muito bem antes de ajudar a espalhar publicações que podem não ser verdadeiras.