por Assis e Mendes | jan 29, 2019 | Não categorizado
“Oi, tudo bem? Estou passando por uma emergência seríssima e preciso muito da sua ajuda. Pode me fazer um depósito a título de empréstimo? Te devolvo na semana que vem! Vou passar a conta, ok?”. Se você recebesse uma mensagem como essa de um amigo próximo ou familiar, ficaria desconfiado? Ou faria rapidamente o depósito? Afinal, é uma emergência, não é?!
Existe sim a possibilidade do seu ente querido realmente estar em uma situação complicada e precisar do dinheiro. Mas as chances de ser um golpe de clonagem de telefone são ainda maiores.
Crimes como esses têm acontecido com cada vez mais frequência e exigem mais atenção, principalmente, dos usuários de redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Isso porque esses são os principais alvos dos criminosos, que se utilizam dos seus perfis e números pessoais para enganar seus contatos.
Se você ou alguém próximo está passando por esse tipo de golpe, confira o que você deve fazer.
Notifique seus contatos
Assim que identificar que alguém está usando seu telefone ou conta em algum aplicativo para se passar por você notifique os outros contatos para que outras pessoas não caiam no golpe. Você pode fazer isso por mensagem direta e também em posts públicos em suas redes sociais.
Faça um boletim de ocorrência
Esse tipo de golpe é considerado um crime digital que envolve falsidade ideológica e estelionato, e por isso pode ser registrado em um boletim de ocorrência. O ideal é ir até uma delegacia e fazer o boletim descrevendo tudo o que aconteceu, o teor das mensagens enviadas e quem foram as vítimas.
Mude suas senhas
Também é fundamental mudar as suas senhas, mesmo as de outras plataformas que não estejam diretamente ligadas ao foco do golpe. Como o criminoso foi capaz de utilizar um dos seus canais de comunicação, ele pode sim estar se preparando para usar outros para a mesma finalidade. Por precaução, mude todas as senhas.
Habilite a confirmação em duas etapas
Muitos provedores de e‑mails, redes sociais e até aplicativos de mensagens também oferecem a confirmação de acesso em duas etapas.
Nesses casos, além da sua senha padrão também é gerado um outro tipo de confirmação, que pode ser uma palavra, uma outra senha ou um tolken gerado por um aplicativo complementar. Tudo isso aumenta a segurança, o que alguém que acabou de ser vítima de um golpe digital deve desejar.
Consulte o banco
Normalmente, nesse tipo de golpe de clonagem de telefone e pedido de depósito as contas destinatárias são frias. Mas os criminosos também podem ter tentado acionar algum tipo de serviço ou saque a partir da sua conta bancária.
Por isso, também é importante entrar em contato com o seu banco e verificar se foram feitas transações ou contratações de produtos bancários. Aproveite para informar que você foi vítima de um golpe e bloquear cartões e outros serviços se você suspeitar que os golpistas podem tentar utilizá-los.
Contate a operadora
A operadora de telefonia deve ser acionada e informada sobre o que está acontecendo. Eles devem cancelar imediatamente a linha e bloquear o seu acesso aos aplicativos de mensagem e redes sociais. O ideal também é que eles forneçam um histórico completo de ligações e mensagem, para ajudar nas investigações posteriormente.
Se você tiver outras linhas cadastradas no seu CPF ou CNPJ é importante verificar se elas não foram clonadas.
Oriente as vítimas
Se você identificou que alguns dos seus contatos chegaram a enviar dinheiro para os criminosos indique que eles procurem seus bancos e solicitem o bloqueio dos valores antes dos saques.
Contate um advogado
Também é fundamental contatar um advogado para que ele possa te ajudar a entender a extensão do crime e avaliar as responsabilidades legais da operadora de telefonia e do banco nesse cenário. Em muitos casos, as ações de dano moral e lucro cessante são empregadas nesses casos e dão retorno para as vítimas.
Os advogados da Assis e Mendes são especialistas em Direito Digital e Tecnologia e estão preparados para te ajudar em casos de crimes digitais como este. Entre em contato e marque uma consulta!
por Assis e Mendes | fev 1, 2018 | Direito digital
Conforme o mundo digital evolui, ele se torna, cada vez mais, uma projeção do mundo off-line. E, infelizmente, isso inclui o aparecimento de crimes virtuais, também conhecidos como cyber crimes.
Pesquisas indicam que os delitos cometidos na internet resultaram em um prejuízo de US$ 10,3 bilhões em 2016 e atingiram mais de 42,4 milhões de brasileiros, incluindo pessoas físicas e jurídicas.
A seguir, vamos conhecer alguns dos principais tipos de crimes praticados na internet e entender como se proteger deles.
Cyberbullying
Chamamos de bullying os atos de violência física, emocional ou psicológica praticados repetidamente contra um indivíduo ou grupo específico, cujo objetivo é humilhar, intimidar ou entristecer o outro.
Crianças e adolescentes são as maiores vítimas deste tipo de violência, que é comumente praticada em escolas, mas pode haver bullying entre adultos, em ambientes como trabalho e faculdade.
O cyberbullying é o tipo de agressão que acontece por meio da internet, principalmente em redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Normalmente, as vítimas de cyberbullying também são assediadas na vida off-line, o que faz com que elas sejam perseguidas a todo momento, estejam ou não próximas fisicamente de seus agressores.
A Constituição Federal assegura o direito do cidadão à dignidade, segurança e honra, e condena qualquer tipo de prática que ponha em risco esses direitos. Isso, portanto, coloca os praticantes do bullying e do cyberbullying à margem da lei.
Tendo as provas dos ataques sofridos na internet documentadas e testemunhas que possam ter presenciado a violência, a vítima pode, e deve, procurar o Poder Judiciário para agir contra os agressores.
Fraudes em e‑commerce
Os avanços tecnológicos tornaram as compras na internet um dos principais e mais seguros mercados no Brasil e no mundo. Mas consumidores e lojistas ainda precisam tomar certos cuidados para garantir que estão seguros quando compram e vendem na web.
Ao acessar uma loja virtual que ainda não conhece, o consumidor deve ficar atento a alguns detalhes para garantir que estará comprando em um e‑commerce confiável.
O primeiro desses detalhes é reparar se há um cadeado ou o termo “seguro” na barra de endereços. Esses elementos demonstram que a loja trabalha com criptografia de dados, o que dificulta a ação de pessoas mal-intencionadas, que podem interceptar a comunicação entre você e o site e roubar informações.
Também é importante conferir se há informações da empresa, como CNPJ, endereço e mais de uma forma de contato com a loja. Assim, você pode conferir se ela realmente existe e está atuando de forma legal.
Também é importante consultar sites de reclamações para verificar em que condições os consumidores reclamam, como a loja lida com as críticas e resolve os problemas.
Mas não são só os clientes que precisam prezar por sua segurança na internet, mesmo os lojistas devem estar atentos às fraudes que são cometidas no e‑commerce.
Quando o consumidor detecta que uma compra não autorizada foi feita em seu nome, normalmente, o cancelamento é feito rapidamente pela provedora do cartão de crédito, mas o lojista pode demorar até 180 dias, cerca de 6 meses, para saber que o pedido foi cancelado, segundo dado da consultoria Konduto.
Nesse meio-tempo, o produto já deve ter sido expedido e o lojista pode acabar tendo um grande prejuízo.
Para lidar com isso, o ideal é que as empresas tenham rotinas de segurança e auditoria que possam verificar as informações de pagamento, cadastro e entrega do cliente e confirmar, mais de uma vez, a validade do pedido.
Quando se trata de um consumidor frequente, também é importante analisar o seu comportamento de compra, questionando‑o se ele comprar produtos que normalmente não compraria, segundo seu histórico.
Stalker e ameaças
A internet e a dinâmica das redes sociais também tornaram mais fácil o trabalho dos stalkers, pessoas que perseguem outro indivíduo, tornando-se obcecadas por seu comportamento.
Conforme o alvo compartilha nas redes sociais quem são seus amigos mais próximos, quais lugares costuma frequentar e onde trabalha, o stalker consegue, cada vez mais, informações sobre o objeto de sua fixação.
Essa fixação doentia, normalmente, tem um cunho passional, e pode acabar prejudicando a vida do objetivo da perseguição, que tende a se sentir intimidado e importunado pelo stalker.
Há, também, muitos casos em que o stalk culmina em assédio psicológico e até em ameaças que colocam em risco a vida da vítima.
Como medida de prevenção, o ideal é que ferramentas como as redes sociais sejam configuradas para evitar que informações importantes sobre sua rotina e vida pessoal estejam à disposição de pessoas em que você não confia.
Se notar que está sendo perseguido digitalmente ou passar a receber ameaças pela internet, documente tudo e procure amparo jurídico imediatamente.
Injúria e preconceito
O Marco Civil foi um passo importante para que a internet deixasse de ser, de fato, uma “terra sem lei”. Hoje, de acordo com a legislação brasileira, o que é crime no mundo real o é também no ambiente digital.
Mas muitas pessoas ainda usam a internet para praticar comportamentos criminosos com perfis falsos, para dificultar sua identificação. Muitas vezes, o foco é agredir, diminuir, difamar ou humilhar pessoas ou grupos específicos, o que pode configurar crime de injúria e preconceito.
Esse tipo de violência também é passível de punição penal, e as vítimas podem recorrer ao Poder Judiciário, que deve tomar ações para descobrir quem são as pessoas por trás dos perfis falsos que deverão ser punidas.