Os desafios da privacidade em relação ao uso de inteligência artificial

28 de janeiro de 2024

Vivemos em uma era marcada pela rápida evolução da tecnologia e a integração da inteligência artificial (IA) nos processos empresariais tem se tornado uma realidade incontestável.

 

De acordo com o estudo conduzido pelo SAS em parceria com o IDC, o Brasil é o país que lidera o uso de Inteligência Artificial (IA) na América Latina. No cenário nacional, 63% das empresas adotam aplicações baseadas em IA, superando a média regional de 47%. Setores como o financeiro, varejo e manufaturas despontam como os mais avançados em soluções desse tipo.

 

Além disso, 90% das empresas brasileiras investem em dados e ferramentas de analytics com o objetivo de identificar tendências e padrões de consumo. 

 

Diante disso, torna-se evidente a quantidade de informações e dados pessoais que são compartilhados pelas empresas nas suas atividades diárias, o que demonstra que, esse avanço, enquanto impulsiona a eficiência e a inovação, traz consigo uma série de questões prementes relacionadas à proteção da privacidade.

 

Isso porque, a IA pode monitorar padrões de comportamentos, preferências de consumo, antecipar as próximas ações das pessoas e até tomar decisões com base em dados coletados. Essa capacidade levanta questões quanto aos limites nos quais ela pode adentrar a esfera privada do indivíduo e influenciar de maneira discreta as suas escolhas.

 

Nesse sentido, é importante que as empresas que adotam soluções de IA estejam atentas aos aspectos legais que envolvem o tratamento de dados pessoais, sob pena de enfrentarem consequências severas, como por exemplo, a ocorrência de um incidente de segurança com o vazamento de dados pessoais, o que pode prejudicar não somente a reputação da empresa, mas também resultar em penalidades da ANPD.

 

Para garantir que a IA funcione adequadamente e não prejudique a segurança dos dados, é preciso que medidas importantes sejam adotadas, quais sejam:

 

  1. Como base, a empresa deve seguir rigorosamente todas as previsões da LGPD; 
  2. Como consequência, a coleta de dados deve ser feita de forma ética e em conformidade com a LGPD;
  3. Elaborar uma política de privacidade clara e transparente, evidenciando ao cliente/usuário como é feita a coleta e uso de dados, bem como a dinâmica dos algoritmos em relação a esses dados, isto é, como funcionam, até que ponto acessarão os dados e como tomam decisões;
  4. Utilizar técnicas de anonimização e criptografia reforçadas para proteger os dados pessoais;
  5. Realizar auditorias regulares para mapeamento, análise e avaliação de riscos da IA;
  6. Desenvolver e colocar em prática procedimentos concretos e efetivos para decisões rápidas quando da identificação de riscos e/ou ocorrência de incidentes de segurança;
  7. Promover treinamentos para conscientização sobre os riscos de segurança e privacidade de dados.

Vale destacar que, embora a IA apresente desafios à privacidade, também oferece oportunidades para protegê-la. Quando configurada e utilizada respeitando a legislação e alguns critérios, pode se tornar uma importante aliada na identificação e prevenção de ameaças cibernéticas que podem impactar a segurança dos dados com agilidade e eficiência.

 

Para isso, é necessário reforçar as técnicas de segurança e estabelecer padrões rigorosos, garantindo que os dados pessoais permaneçam verdadeiramente protegidos em um cenário de rápida evolução tecnológica.

 

Conte com o Assis e Mendes para desenvolver estratégias personalizadas, revisar políticas de privacidade e oferecer suporte jurídico especializado. 

 

Para saber mais sobre este e outros temas relacionados à privacidade e proteção de dados, a equipe do Assis e Mendes possui especialistas prontos para atender as necessidades de sua empresa. Entre em contato conosco pelo site www.assisemendes.com.br.

 

Thais Vasconcelos é advogada da equipe de empresarial do Assis e Mendes.

Compartilhe:

Mais Artigos

Você ainda tem dúvidas sobre ter um DPO na sua empresa?

Nos últimos 5 anos um dos profissionais mais requisitados no mercado é o encarregado de dados pessoais, também conhecido como DPO, como consta na GDPR (legislação de proteção de dados …

STARTUPS: CONSIDERAÇÕES SOBRE ENQUADRAMENTO E BENEFÍCIOS DESTA CATEGORIA EMPRESARIAL

Conheça os requisitos para enquadramento como Startup e saiba se você pode usufruir de tais benefícios

O QUE É O MOU (MEMORANDO DE ENTENDIMENTO) E COMO ELE PODE PROTEGER O SEU NEGÓCIO?

Conheça um pouco mais sobre o Memorando de Entendimento, ou Memorandum of Understanding

O QUE É ANONIMIZAÇÃO DE DADOS E COMO DEVO PROCEDER?

Anonimização de dados. Como solicitar e proceder com a anonimização.

PROTEÇÃO DE DADOS NAS REDES SOCIAIS: DIREITO À INDENIZAÇÃO PELO VAZAMENTO RECONHECIDO PELA JUSTIÇA

Direito ao recebimento de indenizações por danos morais pelo vazamento de dados pessoais pelo Facebook e Tik Tok.

Desafios da Inadimplência: Estratégias e Alternativas à Judicialização

Descubra estratégias eficazes para lidar com a inadimplência de clientes sem recorrer imediatamente à judicialização. Este artigo explora alternativas viáveis, como o diálogo proativo, negociação amigável, formalização da cobrança e opções de resolução extrajudicial, visando preservar o relacionamento comercial e minimizar os impactos financeiros para sua empresa.

Entre em contato

Nossa equipe de advogados altamente qualificados está pronta para ajudar. Seja para questões de Direito Digital, Empresarial ou Proteção de Dados estamos aqui para orientá-lo e proteger seus direitos. Entre em contato conosco agora mesmo!

Inscreva-se para nossa NewsLetter

Assine nossa Newsletter gratuitamente. Integre nossa lista de e-mails.