Quais as atribuições do encarregado (DPO) segundo a Lei de Proteção de Dados

12 de março de 2019

Com as novas leis de proteção de dados, novas instituições, mercados e até atribuições profissionais estão surgindo. E um dos principais é o Data Protection Officer (DPO) ou encarregado de proteção de dados.

Dependendo da forma e dos objetivos para os quais uma empresa recolhe dados dos seus usuários ela precisa ser monitorada por um DPO. A seguir, vamos entender melhor o papel desse profissional e descobrir se o seu negócio precisa contratá-lo.

Quem é o DPO?

A figura do DPO ganhou maior notoriedade a partir da publicação do Regulamento Geral de Dados da União Europeia (GDPR) no ano passado. De forma geral, esse profissional é um especialista em proteção de dados e monitora empresas para garantir que elas estejam em compliance com as regras e boas práticas do setor. Ele também deve intermediar os interesses da empresa (controlador) e do titular dos dados.

Com a criação da Lei Geral de Proteção de Dados brasileira (LGPD), que se inspirou bastante no GDPR, o DPO recebeu o nome de encarregado e ganhou a seguinte definição, registrada no artigo 5º da lei: “pessoa indicada pelo controlador para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)”.

As funções do DPO de acordo com o GDPR

De acordo com artigo 37 do GDPR a figura do DPO é necessária sempre que o tratamento for feito por órgãos ou autoridades públicas (com exceção de tribunais), a empresa lide com dados especiais e sensíveis (como informações sobre etnia, religião e condenações penais) ou faça um monitoramento em larga escala.  

O artigo 39 define que estão entre as tarefas do DPO:

  • Informar e aconselhar o responsável pelo tratamento e os demais profissionais sobre suas obrigações nos termos do GDPR;
  • Controlar a conformidade com o GDPR e com as políticas do responsável pelo tratamento, incluindo a atribuição de responsabilidades, a sensibilização e a formação do pessoal envolvido no tratamento;
  • Prestar aconselhamento, se tal for solicitado, no que se refere à avaliação do impacto da proteção de dados, e acompanhar o seu desempenho;
  • Cooperar com as autoridades;
  • Servir de ponte para a autoridade de supervisão em questões relacionadas com o tratamento.

As tarefas do DPO segundo a LGPD

O texto da LGPD também designa algumas atribuições para o encarregado. O artigo 41, parágrafo 2º lista essas atividades:

  • Aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar esclarecimentos e adotar providências;
  • Receber comunicações da autoridade nacional e adotar providências;
  • Orientar os funcionários e os contratados da entidade a respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados pessoais;
  • Executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou estabelecidas em normas complementares.

O parágrafo 3º ainda afirma que “a autoridade nacional poderá estabelecer normas complementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de tratamento de dados”. Ou seja, essas tarefas podem ser adaptadas ou excluídas de acordo com orientação da ANPD.

Observando os dois “job descriptions” é possível perceber que as tarefas são bem parecidas e se resumem em monitorar, fiscalizar, orientar e fazer a ponte entre os titulares e as empresas.

Mas contratar (ou não) um DPO é só um dos vários processos para se adequar às novas regras de proteção de dados. Se você precisa de apoio nessa transição, entre em contato com os advogados especializados em Direito Digital e Empresarial da Assis e Mendes.

Compartilhe:

Mais Artigos

CONTRATOS DE FRANQUIA E DE LICENCIAMENTO E SUAS PECULIARIDADES SOB A ANÁLISE DO DIREITO EMPRESARIAL

Ao abordarmos os contratos de franquia e os de licenciamento, nos deparamos com importantes questões que carecem de elucidação por meio de uma análise acurada das peculiaridades de cada instituto, …

Responsabilidade Civil em plataformas de Redes Sociais

As redes sociais se tornaram parte essencial do nosso dia a dia, conectando milhões de pessoas ao redor do mundo. Porém, à medida que essas plataformas crescem, também aumentam os …

Vitória em Ação de Cobrança de R$ 1,2 Milhão: Como Garantimos a Procedência da ação para Empresa no ramo de Tecnologia

Artigo informando sobre a procedência da ação de cobrança no valor de R$1,2 milhão relativo à débitos pendentes de taxas mensais de utilização de SaaS e taxas de serviços de suporte

Juízes Brasileiros Estão Preparados para Julgar Causas Relacionadas à Inteligência Artificial?

No cenário jurídico atual, a Inteligência Artificial (IA) não é apenas uma ferramenta tecnológica; ela se tornou um elemento central em diversas áreas, incluindo a aplicação da lei.

Uma fotografia ganha um prêmio (em dinheiro) e depois descobre-se que na verdade se trata de Inteligência Artificial. A empresa pode reaver o dinheiro?

O artigo versa sobre os impactos da utilização da inteligência artificial em concursos de fotografia, e suas consequências quando utilizada indevidamente.

Como a Inteligência Artificial é um Desafio ao Ordenamento Jurídico Brasileiro?

A Inteligência Artificial tem trazido benefícios ao Judiciário brasileiro mas os desafios também se mostram presentes

Entre em contato

Nossa equipe de advogados altamente qualificados está pronta para ajudar. Seja para questões de Direito Digital, Empresarial ou Proteção de Dados estamos aqui para orientá-lo e proteger seus direitos. Entre em contato conosco agora mesmo!

Inscreva-se para nossa NewsLetter

Assine nossa Newsletter gratuitamente. Integre nossa lista de e-mails.